Depois de expressarmos nossas observações, sentimentos e necessidades, precisamos fazer um pedido específico. Nesse ponto, surgem muitas dúvidas sobre como ter a assertividade necessária. Portanto, buscaremos responder aqui como expressar os pedidos de modo que os outros estejam dispostos a responder de forma compassiva às nossas necessidades.
O primeiro passo é usar uma linguagem de ações positivas. Ou seja, devemos expressar o que estamos pedindo, e não o que não estamos pedindo. Por que?
Veja um exemplo:
A esposa pede para o marido não passar tanto tempo no trabalho. Três semanas depois, ele reagiu anunciando que havia se inscrito num torneio de golfe!
O que aconteceu nesse exemplo? A pessoa falou sobre uma coisa que não queria, e se esqueceu de dizer o que queria.
Uma sugestão de comunicação é: “Gostaria que você passasse pelo menos três noites em casa comigo”.
Veja outras dicas além de utilizar a linguagem positiva:
Estamos pedindo coisas o tempo todo, mas nem sempre estamos conscientes de que estamos pedindo. As pessoas geralmente conversam sem estar conscientes do que estão pedindo, mas sempre existe algo, como reconhecimento verbal ou não-verbal, honestidade (o que o outro acha) ou uma ação (que satisfaça uma necessidade).
Nos casos abaixo, temos exemplos de pedidos malfeitos:
“Estou aborrecido(a) por que você se esqueceu das cebolas para o jantar”. Neste caso, a pessoa ouve a frustração do outro, mas não o que estava sendo pedido.
“Por que você não vai cortar o cabelo?”. Ao fazer um pedido sem comunicar os sentimentos e necessidades por trás deles, o outro não irá se engajar numa resposta, além de possivelmente se sentir ofendido.
Agora que enviamos uma mensagem, precisamos garantir que ela foi recebida pelo outro. Dependemos de pistas verbais para determinar se nossa mensagem foi compreendida da forma como queríamos. Para termos uma comunicação fluida, é importante evitar mal-entendidos.
Um exercício é perguntar para a outra pessoa se seu pedido ficou claro, e se ela pode repetir com as próprias palavras o que compreendeu.
Se a pessoa não te compreendeu, não diga: “Você não entende nada”, “Não foi isso que eu disse”. E, sim: “Obrigado(a) por me dizer o que escutou, mas vejo que não consegui ser tão clara. Eu queria dizer que…”.
Ao mesmo tempo, confirmar se a mensagem foi ou não bem entendida pode causar resistências: “Eu ouvi o que você disse! Não sou estúpido!” ou “Não sou surdo!”.
Aproveite essas oportunidades para exercitar seus conhecimentos da CNV:
“Você está dizendo que ficou chateado porque deseja ser respeitado pela sua capacidade de compreender as coisas?”
Depois de expressarmos abertamente e recebermos a compreensão, desejamos receber honestidade por um dos três caminhos:
Para estabelecermos uma comunicação não-violenta com os outros, é importante distinguir entre pedidos e exigências. E onde está o limite entre eles?
Pedidos são recebidos como exigências quando os outros acreditam que serão culpados ou punidos se não os atenderem. Quando as pessoas nos ouvem fazer uma exigência, elas enxergam duas opções: submissão ou rebelião.
Em ambos os casos, a pessoa que faz o pedido é percebida como coercitiva, e a capacidade do ouvinte de responder compassivamente ao pedido é diminuída.
Como podemos ajudar os outros a perceberem que estamos pedindo, e não exigindo?
Só assim abrimos espaço para uma comunicação autêntica e que leve em consideração as necessidades tanto pessoais quanto das outras pessoas.
Expressar pedidos genuínos requer uma consciência do nosso objetivo.
Nosso objetivo é mudar as pessoas e seus comportamentos? Então a CNV não é uma ferramenta apropriada.
CNV = estabelecer um relacionamento baseado na sinceridade e empatia.
Durante as fases iniciais do processo de aprendizado da CNV, podemos aplicar os componentes da CNV mecanicamente, sem consciência de seus propósitos.
Às vezes, mesmo quando temos consciência dos nossos objetivos e expressamos tudo cuidadosamente, as pessoas podem ouvir neles uma exigência. Isso é comum quando ocupamos posições de autoridade e estamos falando com pessoas que tiveram experiências passadas com figuras de autoridade.
Outros pensamentos que transformam pedidos em exigências:
O quarto componente da CNV aborda a questão do que gostaríamos de pedir uns aos outros para enriquecer nossa vida. Tentamos evitar frases vagas, abstratas ou ambíguas, e nos lembramos de usar uma linguagem de ações positivas, ao declararmos o que estamos pedindo, em vez de o que não estamos.
Quando falamos, quanto mais claros formos a respeito do que desejamos obter como retorno, mais provável será que o consigamos. Uma vez que a mensagem que enviamos nem sempre é a mesma que é recebida, precisamos aprender como descobrir se nossa mensagem foi ouvida com precisão.
Especialmente ao nos expressarmos para um grupo, precisamos ser claros quanto à natureza da resposta que desejamos obter. Caso contrário, poderemos estar iniciando conversas improdutivas que desperdiçam um tempo considerável do grupo.
Pedidos são percebidos como exigências quando os ouvintes acreditam que serão culpados ou punidos se não os atenderem. Podemos ajudar os outros a confiar em que estamos fazendo um pedido, e não uma exigência, se indicarmos nosso desejo de que eles nos atendam somente se puderem fazê-lo de livre vontade. O objetivo da CNV não é mudar as pessoas e seu comportamento para conseguir o que queremos, mas, sim, estabelecer relacionamentos baseados em honestidade e empatia, que acabarão atendendo às necessidades de todos.
Para verificar se concordamos a respeito da clara expressão dos pedidos, indique em quais das frases a seguir a pessoa esteja claramente solicitando que alguma ação específica seja feita.
Se você circulou esse número, discordamos. Para mim, a palavra compreenda não expressa claramente uma ação específica que está sendo solicitada. Em vez disso, a pessoa poderia ter dito: “Quero que você repita para mim o que você me ouviu dizer”.
Se você circulou esse número, concordamos em que a frase expressa claramente o que a pessoa está pedindo.
Se você circulou esse número, discordamos. Para mim, a expressão “sentir mais confiança” não expressa claramente uma ação específica que está sendo solicitada. A pessoa poderia ter dito: “Gostaria que você fizesse um treinamento em pensamento afirmativo, que acredito que aumentaria sua autoconfiança”.
Se você circulou esse número, discordamos. Para mim, a expressão “parar de beber” não expressa claramente o que a pessoa quer, e, sim, o que ela não quer. Ela poderia ter dito: “Quero que você me diga quais de suas necessidades a bebida satisfaz e que conversemos sobre outras maneiras de satisfazer essas necessidades”.
Se você fez um círculo em volta desse número, não concordamos. Para mim, a expressão “me deixar ser eu mesma” não expressa claramente uma ação específica que está sendo solicitada. A pessoa poderia ter dito: “Quero que você me diga que não vai abandonar nosso relacionamento, mesmo que eu faça algumas coisas de que você não goste”.
Se você fez um círculo ao redor desse número, discordamos. Para mim, a expressão “ser honesto comigo” não expressa claramente uma ação específica que está sendo solicitada. A pessoa poderia ter dito: “Quero que você me diga como se sente a respeito do que eu fiz e o que gostaria que eu tivesse feito de modo diferente”.
Se você fez um círculo em volta desse número, concordamos que a frase expressa claramente o que a pessoa está pedindo.
Se você fez um círculo ao redor desse número, não concordamos. Para mim, essa frase não expressa claramente uma ação específica que está sendo solicitada. A pessoa poderia ter dito: “Gostaria que você me dissesse se estaria disposto a se encontrar comigo para almoçar uma vez por semana”.
Se você fez um círculo ao redor desse número, discordamos. Para mim, a expressão “demonstrar respeito por minha privacidade” não expressa claramente uma ação específica que está sendo solicitada. A pessoa poderia ter dito: “Gostaria que você concordasse em bater na porta antes de entrar em meu escritório”.
Se você fez um círculo ao redor desse número, não estamos de acordo. Para mim, a expressão “mais vezes” não expressa claramente uma ação específica que está sendo solicitada. A pessoa poderia ter dito: “Gostaria que você preparasse o jantar toda segunda-feira à noite”.
Desejamos que você tenha se beneficiado de alguma forma das dicas para exercitar cada vez mais uma forma assertiva e empática de se comunicar, ampliando sua rede de relações de forma positiva.
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